18/04/2018

BIRDS ARE INDIE | Discurso Direto


Os Birds Are Indie surgiram lá atrás, em 2010, quando Joana Corker e Ricardo Jerónimo – um par já muito enamorado na altura e que tão bem enamorado continua(rá) – decidiram que era tempo de juntar três acordes e fazer uma música. Mas como só dois era pouco e afinal foram três acordes que os fizeram nascer, aos dois Birds juntou-se um amigo de longa data, Henrique Toscano. Estava montado o trio de afinados “pássaros” para definir um plano: serem uma banda. Ora e se três pontos definem um plano, três amigos mais três acordes, definem um distinto plano. Se provas forem precisas para atestar que a geometria apresentada está correcta, no palmarés do trio contam-se já vários EP’s e três álbuns auto-editados: “How music fits our silence” (2012), “Love is not enough” (2014) e “Let’s pretend the world has stopped” (2016). Com "Local Affairs" chegam ao seu 4º longa-duração, juntando-se agora à família da Lux Records, histórica editora de Coimbra. O disco chega às lojas no próximo dia 20 de Abril com concerto de apresentação nesse mesmo dia no Teatro do Bairro em Lisboa.

Portugal Rebelde - “canções pop, com melodias contagiantes e descontraídas”. É isto que encontramos no álbum “Local Affairs”?

Henrique - Pop sim, claro. Contagiantes sempre. No entanto, neste novo disco, depende muito de quem as escutar. São canções menos despidas em termos de arranjos e produção comparativamente com os registos anteriores.

Jerónimo - É pelo menos isso que tentamos fazer, sim.

Joana - Este álbum é um pop a piscar o olho ao rock.

PR -  “Come into the water” foi o single de avanço deste novo disco. Este é o tema que melhor define o “espirito” deste novo disco?

Henrique - Este single poderá, eventualmente, servir como mote para o que é esperado. Não obstante, este disco define-se, acima de tudo, como um todo. Não querendo ser mal interpretado, penso que é um disco que não vive apenas de uma ou duas músicas mais “orelhudas”.

Jerónimo - Para mim, num disco, cada música é uma peça de um puzzle, por isso, todas são diferentes mas, em conjunto, formam algo de coerente.

Joana - Concordo com o Henrique e o Jerónimo, mas eu queria que o primeiro single fosse outro mas, numa votação 2 a 1, a minha escolha ficará para outra altura… É assim a democracia.



PR - Com a edição deste 4º longa-duração, juntam-se agora à família da Lux Records, histórica editora de Coimbra. O que é que esperam desta união?

Henrique - Se tudo correr bem espero conseguir alimentar os meus dois gatos diariamente com comida que não seja de marca branca.

Jerónimo - Esperamos continuar a fazer parte de um grupo de pessoas que, em Coimbra, continuam a acreditar em editar discos e tocar ao vivo. E, da nossa modesta maneira, contribuir para que a Lux Records continue a acreditar na música que por aqui se faz.

Joana - Que seja longa e profícua! É uma honra pertencer a esta família musical conimbricense.

PR - A produção deste disco esteve entregue ao João "Jorri" Silva (a Jigsaw, The Parkinsons). Há alguma razão especial para esta escolha?

Henrique - Amizade e cumplicidade.

Jerónimo - O Jorri co-produziu o disco porque nos últimos anos temos partilhado com ele uma série de coisas. Tocámos a meias com os a Jigsaw, depois ele começou a tocar connosco (enquanto baixista e teclista) e finalmente, tendo nós gravado no seu estúdio Blue House e estando ele a tocar na maioria dos temas do disco, fazia todo o sentido que também colaborasse na produção. Mas, claro, só assim quisemos porque temos grande confiança no seu trabalho e gostamos de o ter por perto.

Joana - O Jorri é um homem sábio e amigo que tem paciência para nos aturar...

PR - As primeiras datas de apresentação deste disco passaram por Espanha. Este é um mercado que habitualmente recebe bem a vossa música ?

Henrique - Sempre. Principalmente a região da Galiza (onde nasceu o meu avô).

Jerónimo - Sim, ao longo dos últimos anos já é normal fazer algumas mini-tours em Espanha. O mesmo aconteceu nesta fase de pré-lançamento do disco, mas já estão mais coisas marcadas em 2018... Corre sempre muito bem, o público é normalmente interessado e caloroso. E, além de alguma imprensa e rádio, em cada cidade já temos sempre um grupo de pessoas que nos conhece, que nos ajuda a divulgar os concertos e que gosta de nos rever (e vice-versa).

Joana - Este álbum foi influenciado pelo ambiente da nossa cidade mas há algumas músicas neste disco que falam sobre experiências no nosso país vizinho, o qual já consideramos a nossa segunda casa. Por isso, fez sentido para nós fazer o pré-lançamento em terras espanholas.

PR - Para terminar, numa frase como caracterizariam este “Local Affairs”?

Henrique - Um disco pop sem cair em lugares comuns.

Jerónimo - O melhor disco de 2018!

Joana - Aquele disco que os nossos vizinhos estudantes reclamam que ouvimos muito alto.

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